sábado, 25 de outubro de 2008

A Complexidade do Processo de Treino

São diferentes as variáveis que influenciam as prestações nas diferentes modalidades. A capacidade técnica, táctica, física e mental interligam-se permanentemente. Dependendo das modalidades desportivas umas são consideradas mais importantes, mas todas completam-se e dependem umas das outras. Por exemplo no golfe a parte mental joga um papel muito importante, senão primordial na obtenção de boas prestações. Todavia, se não dominarmos a parte técnica, ou se não tivermos resistência física para efectuarmos dezoito buracos, ou força para batermos um ferro ou uma madeira, podemos ser muito fortes tacticamente e mentalmente que a probabilidade de obtermos bons resultados é reduzida senão nula.

Prescrevi ao longo de muitos anos treinos na área do atletismo. Reflecti permanentemente sobre a diálise entre estas variáveis. Se pensarmos ainda que cada uma destas variáveis se subdivide em muitas outras então entendemos o quanto é difícil trabalhá-las de forma equilibrada, e potenciá-las no momento certo, em determinado sujeito. É o que o treino tem de motivante. Para alguns é um drama. A forma de desdramatizar este processo é trabalhar em equipas multidisciplinares e, diga-se, em Portugal, na área desportiva não estamos muito habituados.

Momentos houve que me diverti a ouvir algumas pessoas a falar do processo de treino como algo linear. Também me surpreendi com outras pessoas que conseguiram resultados de nível internacional, fruto de um trabalho multi-disciplinar, e que posteriormente, por já conhecerem os métodos de controlo de treino que proporcionaram esses bons resultados, abdicarem de trabalhar em equipa. Como se os métodos de controlo de treino não evoluíssem e a investigação científica parasse no tempo.

No golfe, tal como nas outras modalidades, as variáveis supra citadas estão presentes no jogo e por elas me interessei e comecei a reflectir. A evolução no jogo depende da evolução de cada uma dessas variáveis tal como acima se referiu e que futuramente procurarei reflectir em conjunto com os meus amigos e golfistas.

Pedro Iglésias
Professor de Educação Física

1 comentário:

Fernanda Castro disse...

Numa altura em que os professores se debatem em agitadas águas, a foto de abertura mostra que ainda é possível... ainda há esperança! Ainda há professores que se movimentam entre campos verdes e águas serenas. Assim é que é! Sugere-me lançar um repto: "Profs., empunhem o taco e lancem para longe a amargura".
Boas tacadas!